Perfeito esse poema :
Cesse a ríspida voz que em vão murmura;
Se a lei do Amor se força da ternura
Nem domas, nem contrastas, nem mitingas:
Se acusas os mortais, e os não abrigas,
Se (conhecendo o mal) não dás a cura,
Deixa-me apreciar
minha loucura,
Importuna Razão,
não me persigas.
É teu fim, teu
projeto encher de
pejo
Esta alma, frágil
vítima daquela
Que, injusta e vária, noutros laços vejo:
Queres que fuja de Marília bela,
Que a maldiga, a desdenhe; e meu desejo
É carpir, delirar, morrer por ela.”
(Bocages)
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